Holograma cerebral

Sempre existiu um certo “flerte” social no meio dos que usam a cannabis sativa, em relação a ver ou não ver duendes!!! Na verdade, um dia ganhei de presente um adesivo de um amigo que tinha vindo de São Paulo, na década de noventa, em que dizia “Eu acredito em duendes”. Colei no vidro do meu carro, mas a infelicidade de ter lido de um chargista de um jornal local uma ironia contra esse adesivo, onde na charge aparecia um carroceiro com um adesivo na parte de trás da carroça, com os dizeres “Eu acredito em um bife frito”, puseram fim ao meu “flerte”!
Porém, psicodélico desde criança, com um belo quadro com três entidades mágicas femininas embaixo de um cogumelo colorido, com um lagarto soltando bolhas de sabão em cima deste cogumelo, preso na parede do meu quarto, os “flertes” sempre reapareciam ao uso da cannabis misturada com o álcool.
É de se imaginar que depois de tomar um litro de vodca, com um peculiar petisco de três baseados, me deparei com o inevitável… Comecei a conversar com Engedron, um duende bibelô que ficava em cima da minha estante. Bati papos filosóficos e “lombráticos” com ele! Ele me convidou ao encontro de percepções mais elevadas, tentou de todas as formas me estuprar com o seu poder de entorpecimento anárquico-psicodélico, e acabei mergulhando na mais alta hibernação mental da minha vida…
Aqueles eram outros tempos, tempos onde tudo se podia e o corpo físico aguentava. Hoje, com a lucidez de um pós-alucinado, com a calvície e a dor na cintura começando a dar sinais do rastro de velhice que em dez anos inevitavelmente virá, percebo que a experiência que tive com duendes foi uma espécie de “holograma cerebral”!!! Sim, meu cérebro projetou ele na minha frente, com todos os questionamentos e argumentações que se passa dentro dos transístores da minha massa cinzenta, alucinada naquela época, e fez essa projeção.
Não é esquizofrenia, é chapação pura mesmo…
Posso, assim, dizer que vi duendes um dia… Mas que a doutrina Kardecista me perdoe, mas mediunidade é chapação cerebral sem efeitos de psicotrópicos, e o candomblé também, pois é chapação cerebral à base de muita garrafa de cachaça!!!
Que os santos me perdoem, mas acho que um dia fui santo…
*Não vejo duendes há mais de 20 anos e corro do álcool como o diabo da cruz.

2 comentários

  1. Eu já tive experiências transcendentais de conseguir visualizar pequenos índios etérios quando num reveillon em 2001 passei nas pedras de uma praia no litoral de São Paulo a virada sozinho, eu e os pequenos índios etérios, cheirando cola da sapateiro…

    É algo que não tenho orgulho em dizer, mas a matéria me fez recordar deste episódio, que pra mim foi incrível e único…

    Abração camarada psicodélico…

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