
Sabe, algum tempo passei sem que a minha vida fosse afetada por mazelas que observo hoje.
Sou sensível o suficiente para observar que nada no mundo se comporta de fato como ele “parece” ser.
Andava perdido em pensamentos que me atormentavam, mas hoje despertei para uma nova realidade.
A realidade dos fatos?
E de que importa?
Os fatos são a nossa consciência tranquila na necessidade de como irei caminhar rumo ao destino do front, e este, ninguém me tira.
Mas antes disso, vou apenas na sintonia do aguardo.
Aguardo as coisas caírem no meu colo, e muitas coisas aguardo porque vou em busca.
Busco inevitavelmente alegria para sobreviver.
A idade chega, a garganta não é mais a mesma, a virose chegou e deixou as suas sequelas, por exemplo.
Do meu cérebro, acho que ele virou uma “passa.”.
Um dia, um Tio veio a mim e disse que aguardava o velório dos seus pais, e acabou infartando fulminantemente.
Todos querem viver, todos querem sobreviver, todos querem fazer 200 anos.
Eu queria já estar do lado de lá há anos.
Havia escolhido.
O destino retardou, e nem sei até quando…a vida surpreende…mas não terei vida longa, isso sei.
Longa para os padrões da longevidade natural.
Sobrevivente?
Sou sim.
Amigos?
Cada dia menos.
E sei que morrerei só.
Só com a minha tranquilidade limpa de que o único malfeitor a mim mesmo fui eu.
Arco com as consequências.