
Uma vez eu estava caminhando no deserto.
O peregrino sempre caminhou pelo deserto.
Eu e o pergrino somos a mesma pessoa.
O isolamento, a solidão, o deserto de palavras, o deserto de atitudes, o deserto do confiar.
De uma certa maneira, não confiamos mais em nada mesmo.
Eu perdi a noção do tempo, eu perdi o sentido do amor.
O peregrino já foi solitário de fato, tinha apenas o seu cão.
Mas o peregrino ganhou um novo elemento para se recolocar na vida, e de nada valeu, pois ele não se socializa com o mundo.
Portanto basta para o peregrino um pouco mais de paciência, pois o deserto do Saara é minúsculo e possui vários oásis.
Basta para o peregrino, fundamentalmente, saber onde fica o término de sua jornada de andanças pelo mundo, este mundo nefasto e um pouco insalubre.
Pois mesmo para o peregrino, os desafios da vida, são como meteoros que caem do céu, e quebram a vidraça da sua janela.
O peregrino continua a sua jornada de infelicidades…