
A música voltou a tocar.
Vale dizer que ela é imprescindível para o meu estado de espírito.
Sim, ele voltou ao normal.
Acredito que é necessário escutar por diversas vezes a mesma música, bem baixinho, para depois aumentar o volume.
E assim as flores desabrocharam novamente.
Os meus reflexos estão mais aliviados, as minhas catarses também.
Para se sair do mundo psicótico e bruxulelante foram preciso nove luas, e assim cumpri fielmente todas as etapas.
Sinto fluir de dentro de mim todo o esplendor de outrora, sinto as energias voltarem a vibrar.
Isso é muito revigorante, pois assim, encontrei novamente a paz.
Paz para poder produzir, para poder trabalhar.
E é muito confortante essa nova etapa na minha combalida vida.
Muitos personagens saíram de cena, outros surgiram.
O peregrino se foi, mas a questão do existencialismo humano não.
Continuo na eterna busca de justificativa para os meus tormentos sobre os questionamentos da vida, e por isso nutro o desejo de retribuir a todas as pessoas que me acompanham, uma fatia do que foi aprendido.
Aprendi muito com a vida, sabe.
A vida sempre me ensina, cada vez mais.
Por vezes pensei que morrer fosse o melhor remédio, mas resolvi sobreviver, e assim estou aqui, para contar sempre um pouco do que foi.
Mais um capítulo da minha existência foi deliciosamente folheado, mais uma página virada.
Espero todos para o delicioso banquete que agora irei servir.
Sintam-se todos convidados.