
Caminhando no silêncio da madrugada, o peregrino ressurge, e abrem-se as cortinas para ele.
Ele, de fato, ressuscitou.
E com ele vieram todos os rostos e ruídos possíveis, ele não mais teria a companhia do silêncio.
Uma pausa para sintonizar o rádio?
Sim, a música voltou.
E assim passou a dançar sozinho, com um cabo de vassoura, que representou a sua união com o divino.
O divino, absoluto, um cabo de vasoura que ele acabara por se apaixonar.
A colocou no fogão à lenha, e viu a mesma incendiar por completo.
Desligou o rádio, voltou ao silêncio absoluto, e sozinho, ouviu apenas o ventilador de sua sala.
Se o momento era o de refletir, o peregrino não se fez de rogado, mergulhou nas mais profundas reflexões filosóficas.
Ele ressuscitou, consequentemente teve três dias apenas, para depois morrer novamente.
E nesses três dias, aproveitou para visitar o túmulo de seus avós, fez uma prece profunda, mas não conseguiu se conectar com os seus pais, ainda vivos.
O peregrino resolveu abandonar tudo de uma só vez, partiu para o terceiro dia, e conseguiu o indulto da nova ressureição.
O peregrino agora virara um imortal.