
Festival Interplanetário de Maracatu Atômico
Val 2020
Nunca poderia advinhar uma obtusa medida escapatória do real contra mim mesmo.
Os ratos e as baratas estão soltos no apartamento sepulcral.
Vivo sob o jugo da retórica não falada, na fala do não dito, sob as trevas sepulcrais do apocalipse perverso.
Denominantemente inválido, sigo o rumo sem bússola, rumo ao remo sem barco, flutuo no barco sem rota.
E de tantos reveses atribuídos à minha pessoa, a embarcação afundou de vez, invariavelmente eu escapuli por um lado, mas nunca poderia me livrar dos tubarões.
Eles ficaram à minha espreita, esperaram o barco afundar, e quando iriam se alimentar de mim, submergi com uma espingarda de plutônio, para atingir a primeira fera do mar que apareu em minha frente.
Tocando o maracatu para se recolher, ao som dos batuques atômicos, fiz de mim, uma espécie rara, em extinção.
E agora, fortalecido de uma rota segura, rumo ao mar aberto, novamente, para me embrenhar no perigo dos mares, que não deixa de ser os perigos da vida.
A vida me trouxe novamente à maré rasa, mas este é lugar onde os tubarões adoram atacar.
Shark attac!!! E eu sobrevivendo por um fio.
Sou maré mansa, deito na rede com um coco aberto, quero apenas descansar.
Descansar dessa vida um tanto tediosa.
Até breve…