
Indiferente ao acaso, vou em busca de serenidade, sempre.
Não fui rei em minha sabedoria embriagada, apenas o bobo da corte, pois fiz de mim, objeto de experimento.
Posso estar com uma mente totalmente sã, mas ainda tenho a carga dos anti-psicóticos atuando no meu sangue.
Ainda um pesado ansiolítico, é preciso para me acalmar cada vez mais, sempre na direção da normalidade.
Mas mesmo assim, ainda trago comigo traços de uma pessoa que tem algum transtorno.
O neuropsiquiátrico, que é a síndrome de Tourette, trago comigo, tatuado no braço, inserido no cérebro.
E se me perguntarem se eu não sinto, estaria mentindo.
Sinto, e muito mesmo.
Lamento, mas nada posso fazer, é cambalear e sobreviver, como diria um certo sábio amigo meu.
Passo a fazer parte de um núcleo de indigestos sentimentos, nem posso me desviar muito dele.
O desamparo, a realidade tosca da sociedade.
Esta já tatuou todo o meu corpo com expressões de medo, medo acima de tudo.
Mas luto, sobrevivo, vivo.