
Na grande cidade todos esperam a hora do show musical começar.
Talvez de meia noite?
De fato nada se sabe.
Um dia entraram no estúdio duas pessoas e dois mundos, cheios de sonho.
O som foi gravado, e nada poderiam esperar do que a incompreensão de toda uma geração.
O tempo mostrou a verdade.
É preciso se passar décadas para que um determinado paradigma se quebre, e passados 20 anos, a música sorriu aos ouvidos daquela geração.
O belo trabalho artesanal construído ficou para a posteridade.
Meia noite chegou, as cortinas se abriram, os músicos estavam nus no palco, apenas segurando seus instrumentos.
Um concerto nús, para a loucura da platéia, que esperou mais de seis horas em pé para que pudessem saborear a música.
Música artesanal, assim fora construída.
Para amar, para protestar, para plantar um certo pensamento.
Da escatologia ao amor pleno e verdadeiro, como se os antagonismos não se completassem.
Senssibilidade pura, visceral, pulsante.
Eram duas estrelas e conseguiram deixar os seus legados musicais.
A platéia assimilou o recado, tiraram a roupa, e todos no concerto ficaram nús, numa masturbação musical, sexo visceral, amor artesanal.