
Quero acordar pleno e convicto de que tudo valeu à pena.
Ando pensando muito nos meus insucessos, a miséria que se abateu em mim, tudo o que sempre teria de razoavelmente assimilar, mas não consigo.
Ando meio contemplativo.
Nos meus sonhos, apenas almejo chegar a um meio termo.
Quero demais ser encaixado neste pandemônio de possibilidades, não estou aqui de passagem.
Indo de encontro com o meu pesar filosófico, contemplo na madrugada, uma estratégia para vencer os meus embates ideológicos.
Luto comigo mesmo.
Contra mim.
Sei demais que tudo que me levou a ser vítima desse sistema escroto foi fruto da maldade dos homens.
Para comigo.
Contra mim.
Estou farto de tudo.
Indo de encontro com o meu semblante estupefato de tanta maldade ao meu redor, quero recuperar o sono que se foi.
Sorrateiro.
Destemido.
Vou tentar acordar novamente, para um mundo cheio de impurezas, porém, um mundo de esperança.
E assim vou, por hora e para sempre, reviver os meus pesadelos aliviados por uma recuperação de noites perdidas.