Eu matei o Xamã

Por todas as maneiras de encontrar uma solução palpável para o meu remorso. Tenho remorso do que fiz. Eu matei o Xamã.

E não tenho escrúpulos que possa medir a trajetória do destino.

Nascemos e fizemos sucesso. Morremos no auge, como deveria ser. Lá em cima.

Foi como se escalássemos uma montanha, e no pico da montanha, abortamos todos os nossos projetos, pulando dela.

Eu matei o Xamã.

Guardo comigo um remorso imensurável por todas as gerações vindouras.

Fez-se a destreza.

Não quero mais hipóteses sobre o pleno sucesso abençoado. Vieram a mim, e para mim apenas o esboço do sucesso.

Por ter matado, carrego a culpa. Mas não me convenço de que a retórica não foi válida.

Morremos, no auge de todos os holofotes. Hoje, lambo as minhas feridas por tudo o que aconteceu.

Porque sei, sei sim: eu matei o Xamã!

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